Francisco Pedro | - 03 de Novembro, 2010
Crítico musical Jomo Fortunato falou sobre a Música Popular Angolana na Trienal de Luanda
Fotografia: Jornal de Angola
O crítico musical Jomo Fortunato considerou, na segunda-feira, em Luanda, que o crescimento da música depende da evolução histórica e social de cada região.
Jomo Fortunato manifestou a opinião numa conferência, no Cine Nacional, inserida na II Trienal de Luanda.
O crítico, que falava sobre “A Música Popular Angolana”, sublinhou que o contexto social e económico influencia a produção artística de cada época.
As pesquisas que Jomo Fortunato tem vindo a fazer sobre a história da música em Angola revelam os seguintes ciclos: início, período acústico, evolução da dança massemba (rebita) para semba, fase da independência, renovação estética e período de retorno, que se prolonga até hoje.
Para melhor compreensão destes períodos, o público ouviu os temas “Lola”, de Matumona Sebastião, “Undengue”, de David Zé e “Calumba” de Pedrito.
O orador referiu, também, que a evolução da música popular angolana teve o contributo de agrupamentos, compositores e intérpretes que a projectaram dentro e fora do país, permitindo a transição, de forma ténue, do período acústico para outros mais modernos.
O agrupamento África Show introduziu o órgão, enquanto os Astros se apresentaram, pela primeira, vez com a bateria. A flauta e outros instrumentos de sopro surgiram com os grupos Ngabuzinos e Águias-reais.
“Os direitos de autor deviam estar melhor em relação aos benefícios dos próprios criadores, o que implica ter pessoas formadas em economia para que se recolham as receitas das músicas tocadas, tanto nas rádios como nas discotecas”, considerou o crítico.
O projecto “Trienal de Luanda”, criado pela Fundação Sindika Dokolo, visa desenvolver a arte contemporânea nacional e os seus fazedores.
Nesta sua segunda edição, o projecto procura criar, através de quadros, fotografias, instalações e outras expressões artísticas, uma maior proximidade entre o público e as Belas Artes.
Dentro desta ideia de proximidade, a II Trienal de Luanda criou também um projecto conjunto com o Brasil, denominado “Três Pontes”.
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