quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mário Rui Silva

Mário Rui Silva

Aos nove anos, Mário Rui Silva inicia-se ao violão ajudado pela sua irmã mais nova que beneficiava de aulas particulares dadas pelo pai, grande amante de música. Este tornou-se o "Manager" do grupo musical "OS JOVENS" muito em voga em Luanda nos anos 60. Este grupo era constituído por cinco jovens de 7 a 11 anos de idade e Mário Rui era o guitarra solo.

Em 1968, Mário Rui sai do grupo "JOVENS" e, sozinho, continua a aperfeiçoar-se ao violão dedicando-se essencialmente ao estudo do violão acústica.

Em 1970, Mário Rui parte para Lisboa para seguir os seus estudos. A Rua da Paz em Lisboa tornou-se uma grande Universidade para ele e outros jovens progressistas portugueses e oriundos do Ultramar, todos estudantes em Lisboa à procura do saber e da liberdade interditos nos tempos de ditadura salazarista.

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O seu gosto e interesse pela música do seu país através da qual se identificava à sua cultura de origem e reencontrava as suas raízes, levaram-no a aprofundar as suas pesquisas.

Em 1971, Mário Rui partiu para a Holanda onde participou na gravação do disco "ANGOLA 72?.

Em 1973, regressou ao país e ficou ligado por uma forte amizade a Liceu Vieira Dias, homem de cultura e intelectual de oposição ao colonialismo português.

Liceu tornou-se o seu pai espiritual, o seu mestre e Mário Rui dedicou-lhe dez anos de pesquisa que culminaram num trabalho discográfico, o CD sobre a música angolana dos anos 40 "Chants d'Angola pour demain" (Cantos de Angola para Amanhã). Este trabalho foi patrocinado pela Missão Francesa de Cooperação e de Acção Cultural em Angola e produzido pela Aliança Francesa de Luanda.

Actualmente, Mário Rui vive em Paris e em Luanda, sua cidade natal. Em Paris, dá concertos em solo ou participa em festivais internacionais sobre a música africana. Dá também aulas de violão iniciando os seus alunos à rítmica africana.

Em 1993 acabou por construir o seu própria violão -"NGITA-MBINDA"- a reproduzir com maior fidelidade e nitidez os ritmos africanos. A sua particularidade é a cabaça que lhe serve de caixa de ressonância.

Presentemente, Mário Rui prossegue as suas pesquisas sobre a música angolana e a transposição dos ritmos africanos para o violão. Elaborou um método prático de violão que compilou num livro, à espera de edição.

Os resultados das suas pesquisas sobre a música angolana estão compilados numa obra a ser editada intitulada "Estórias para a História da Música em Angola".

A defesa e a difusão da cultura e da língua kimbundu, língua da região de Luanda, é algo que também lhe é caro. Mário Rui acaba de terminar a sua "Gramática Comparativa de Português-Kimbundu" também à espera de edição.

Fonte

DISCOGRAPHIE 2007 CD « A Noite dos Novos Dias »2002 CD « Luanda 1940 Angola »1999 CD « Cantos de Masemba- Luanda 1920/1930 »1997 CD « Luanda 50/60 ANGOLA »1994 CD « Chants d'Angola pour demain »1990 33 tours « Koizas dum outru tempu »1985 33 tours « Tunapenda Afrika »1984 33 tours « Sungaly »1978 33 tours « As pessoas, o meio e o tempo »

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